Mantendo seu foco principal no assistencialismo através de seus integrantes da Chevra Kadisha (Sociedade Sagrada), a Comunidade Israelita de Passo Fundo/RS pode contar nos momentos mais difíceis, sejam com Bikur Cholim (visita aos doentes), dando apoio em suas casas ou até mesmo em hospitais e ainda com os serviços fúnebres.

Mesmo sendo uma Comunidade pequena, aqui estão todos muito organizados através de sua Sinagoga, assim como no Cemitério Israelita. Digo que no Beit Kvarot (lugar dos sepulcros) ou (casa da eternidade), sem dúvida alguma é o lugar em que procuramos manter o mais digno possível, pensando naqueles entes queridos que já partiram e também para aqueles que um dia haverão de lá serem sepultados, pois entendemos que na cultura judaica é uma obrigação religiosa enterrar seus mortos através de seus correligionários.

Esta instituição, de alguma forma procura preservar todos os túmulos, mesmo àqueles que sequer recebem visitas de seus familiares.

Desde que me prontifiquei a colaborar com esta Kehilá (Comunidade), isso em setembro de 1994, após um período morando e convivendo com a Kehilá de Curitiba/PR, tudo que vem acontecendo, certamente é com as melhores intenções e respeitando sempre a forma que cada um faz o seu judaísmo. Entendo que a Chevra Kadisha é uma entidade comum a todos nós.

Após o Shloshim (período de luto entre Shivá e o trigésimo dia), orientamos aos familiares para que providenciem a Matzeivá (pedra tumular), explicamos que esse momento é fundamental para que possamos assegurar um lugar para esse “ente querido” que partiu e que desta forma será lembrado pelas gerações futuras, pois ali está sendo demarcado seu espaço e na seqüência então realizamos a cerimônia de Descoberta de Matzeivá (Inauguração da Lápide) com o ritual que representará a paz eterna ao falecido e no caso de não cumprir com esse ritual será uma desonra à memória do mesmo. Procuro orientar da melhor forma, desde o momento da doença, no momento do falecimento até o momento do enterro e sempre mantendo uma linha de entendimento a todos, desta forma penso que conseguimos amenizar um pouco mais o sofrimento dos familiares e amigos.

Minha Mitzvá (mandamento) é pensar que praticar o Kibud há’met (respeito pelos mortos) e cuidar do nosso cemitério, preservando a dignidade daqueles que já se foram é um dos princípios fundamentais do judaísmo.