No dia 19 de abril de 2019, ou 14 de Nisan de 5779 conforme o calendário hebreu, foi realizado na “Sinagoga Abrahão Melnick” um jantar especial chamado de Sêder de Pessach junto à Comunidade Israelita de Passo Fundo. Esse momento comemorou a Chág haPessach, conhecida como a “Festa da Páscoa Judaica” ou “Festa da Libertação”, que tem como fundamento na tradição judaica celebrar a fuga do povo judeu que vivia como escravo no Egito.
Durante esse período, os judeus são proibidos de consumir alimentos fermentados e há a obrigação de comer o Matzá (tipo de pão assado sem fermento, podendo também ser chamado de pão ázimo), feito de farinha e água. Comer Matzá na noite do Sêder é considerado uma Mitzvá positiva, ou seja, um mandamento.
Desta vez, esta importante data culminou com o Shabát, tendo um duplo sentido a todos os presentes. O evento contou com um bom número de pessoas da Comunidade local. O Líder Espiritual da Comunidade Israelita, Sr. Berel Natan Engelman, agradeceu e valorizou a presença de todos. Na sequência, o jovem David Reise Gasparoni foi muito feliz em pronunciar-se, dizendo entre outras coisas que o nosso povo é um povo “teimoso”, aguerrido e determinado, e que geração após geração vem se mostrando quanto é possível dar continuidade.
Mais uma vez, pôde-se ver a união e força desta pequena, porém valorosa Comunidade que juntos buscam preservar esta tradição de mais de 3.300 anos. Cada geração em seu tempo tem a oportunidade de refletir sobre essa magnífica história de Pessach, que na tradução hebraica significa “passar” ou “pular”, ou seja, da escravidão para a liberdade.
Pessach é mais que um jantar festivo com suas simbologias, é o símbolo da luta pela liberdade, dos oprimidos que sofreram com a fome e a miséria junto aos seus opressores. É por isso que a Hagadá de Pessach inicia com as seguintes palavras: “Este é o pão da aflição que nossos ancestrais comeram no Egito. Deixe que todos os famintos venham e comam.”
Todos os judeus neste momento devem lembrar que ainda e infelizmente há muitos seres humanos subjugados pela tirania, com a opressão, com a fome e a miséria. Portanto, somos muito gratos a D’us pela nossa tão sonhada liberdade, mas descendemos desse povo milenar que busca não somente a liberdade da opressão, mas da liberdade de culto, da liberdade de poder ir e vir sem sermos molestados pelo fato de pertencermos a uma religião milenar e a primeira monoteísta, aquela que acreditou em um único D’us e não em deuses, através do nosso Patriarca Avraham que viveu cerca de 4.000 anos atrás.
Que a cada ano possamos celebrar esta data com mais alegria e consciência de que todos os povos merecem e precisam viver unidos como irmãos, respeitando-os mutuamente e valorizando seus princípios filosóficos e suas tradições. Sendo Pessach, a festa mais importante do calendário judaico, tem também a essência em fazer com que a cada geração, cada judeu se veja como se ele pessoalmente tivesse saído do Egito. Pois está escrito: “Você deverá contar aos seus filhos, neste dia, “D’us fez estes milagres para mim, quando eu saí do Egito...”
Chag Pessach Sameach!